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sábado, 26 de março de 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
Viver é perigoso
FOLHA DE SÃO PAULO (SP) • MUNDO • 23/3/2011 • PASTA POLÍTICA |
ANTÔNIO PRATA
COLUNISTA DA FOLHA
Guerras, terremotos, maremotos, enchentes, deslizamentos: nada disso é novo na história da humanidade. Novo é o nosso susto. Dos judeus do Antigo Testamento aos Bororo do Mato-Grosso, todos sempre acreditaram que, de tempos em tempos, por razões que nos eram inatingíveis, os deuses se enfureciam e mandavam fogo, água, gafanhotos, exércitos inimigos, chuva de enxofre e outras desgraças.
Nós expulsamos os deuses, mas preenchemos o vazio com um antropocentrismo tão autoconfiante quanto ingênuo. Cremos que com sismógrafos e exercícios físicos, com boas políticas e baixo teor de gorduras, com os algoritmos corretos e pensamento positivo, estaremos livres de todo o mal.
No dia seguinte ao terremoto do Japão, o repórter televisivo insistia com um geólogo: os abalos sísmicos não têm mesmo nada a ver com a ação do homem? O volume de gás e petróleo tirados do fundo da Terra não influi no movimento das placas tectônicas? O cientista, categórico, afirmava que não: nada que o homem faça ou deixe de fazer tem qualquer efeito sobre essas gigantescas massas sólidas, deslocando-se pelo mingau de magma.
Nos olhos do repórter, a mesma aflição de milhões de pessoas mundo afora, ao contemplar os vídeos do tsunami e não encontrar, na fúria lenta e silenciosa das águas, qualquer sentido subjacente.
Claro que nem todas as tragédias são inevitáveis e muitas delas são causadas, agravadas ou atenuadas por nossas ações. Mas, mesmo se tomadas as devidas precauções, viver continuará sendo, como sabiam Guimarães Rosa, os judeus do Antigo Testamento e os Bororo do Mato-Grosso, muito perigoso. Eis o que, talvez, tenhamos redescoberto. Eis a razão do nosso susto: lembramo-nos que não é fixo o chão em que apoiamos os nossos pés, ao mesmo tempo em que, do céu, as únicas luzes possíveis são as dos mísseis e das baterias anti-aéreas.
terça-feira, 22 de março de 2011
Conselho Gestor da UBS Veleiros e Rotary Club SP - Cidade Dutra
Agradecemos ao Rotary Club SP- Cidade Dutra, Distrito 4420 pela acolhida e oportunidade de apresentarmos trabalho sobre a UBS Veleiros e seu Conselho Gestor.
Juntos objetivamos contribuir para a construção de um futuro melhor e mais justo, produzindo dignidade para conosco e os outros.
Além da História da Unidade e Recursos de Saúde existentes, foi mostrado os equipamentos sociais, as áreas de risco e os problemas referidos, bem como as necessidades existentes.
Reconhecemos e valorizamos o trabalho e dedicação do Rotary para com a comunidade e em especial para com esta unidade de saúde e seus usuários.
Agradecemos a receptividade dos rotarianos, representados pelo seu atual presidente, Sérgio Katayama e Renato Galindo Jardim da Silva, atual Secretário. Nosso muito obrigado a Sandra Regina de Jesus que iniciou esta parceria em 2007 e continua prestigiando nosso trabalho.
Juntos objetivamos contribuir para a construção de um futuro melhor e mais justo, produzindo dignidade para conosco e os outros.
Além da História da Unidade e Recursos de Saúde existentes, foi mostrado os equipamentos sociais, as áreas de risco e os problemas referidos, bem como as necessidades existentes.
Reconhecemos e valorizamos o trabalho e dedicação do Rotary para com a comunidade e em especial para com esta unidade de saúde e seus usuários.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Agradecimento
Agradecemos a todos que possibilitaram a realização, nesta 2ª. feira, dia 14, de mais um bazar beneficente.
É muito bom saber que pessoas sérias e comprometidas com o bem-estar de nossa comunidade estão ao nosso lado, nesta rede de solidariedade e gestão participativa.
O Conselho Gestor da UBS Veleiros agradece carinhosamente pela valorosa colaboração.
Forte abraço e muito obrigada pelo carinho.
Suely Aparecida Schraner
Conselho Gestor UBS Veleiros/Segmento Sociedade Civil
Conselho Gestor UBS Veleiros/Segmento Sociedade Civil
“Pensar o futuro próximo é desafiador. Criar propostas renovadoras e possíveis de serem concretizadas, é mais desafiador ainda"- Didoné.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Medicamentos devem ter reajuste em abril
A partir do dia 31 de março o preço dos remédios terá um reajuste. O aumento pode chegar a 6% e valerá para a maior parte dos medicamentos usados no país como anti-flamatórios e antibióticos.
Uma resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos –CMED- publicada nesta quarta-feira, 9, no Diário Oficial da União, determinou os critérios para calcular o aumento. Um deles é o acumulado de março de 2010 a fevereiro deste ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou 6,01%.
Para a mudança é considerado também a produtividade da indústria farmacêutica e a participação dos genéricos no mercado. Quanto maior a participação desses medicamentos, maior é o fator usado no cálculo do reajuste.
Para evitar abusos, a Cmed vinculada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária –Anvisa- , irá publicar uma resolução especificando os percentuais de reajuste e o teto a ser cobrado do consumidor. As empresas que descumprirem a medida estão sujeitas a sanções. Entretanto, elas podem adotar preços mais baixos que os estipulados pela Câmara.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Dia Internacional da Mulher -Origem da data
08 de Março de 2011
A proposta de perpetuar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita no ano de 1921, em homenagem aos acontecimentos de Petrogrado
A origem do Dia Internacional da Mulher, data significativa na luta pelos direitos das mulheres, vem sendo distorcida no Brasil e em diversos países. Na cobertura midiática, o dia 8 de março é associado a um incêndio que teria acontecido em 1857 em Nova York e provocado a morte de 129 trabalhadoras têxteis. Elas teriam sido queimadas como punição por um protesto por melhores condições de trabalho.
É importante destacar que houve, de fato, um incêndio, só que em 25 de março de 1911 e de forma diferente da narrada pela imprensa.
As chamas começaram quando um trabalhador acendeu um cigarro perto de um monte de tecidos e alastraram-se rapidamente. As portas das escadas de incêndio estavam trancadas por fora, para evitar que os funcionários saíssem mais cedo. O saldo foi de 146 vítimas fatais, 13 homens e 123 mulheres.
No edifício, funciona hoje a Faculdade de Química da Universidade de Nova York. O incêndio na Triangle Shirtwaist Company foi importante para a melhoria das condições de segurança de trabalhadores como um todo, e não apenas das mulheres, já que também havia homens entre as vítimas.
Um ano antes, em 1910, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, a alemã Clara Zetkin propôs que fosse designado um dia para a luta dos direitos das mulheres, sobretudo o direito ao voto.
Ou seja, o Dia Internacional da Mulher já existia antes do incêndio, mas era celebrado em datas variadas a cada ano.
Para compreender a escolha do 8 de março, remontamos ao dia 23 de fevereiro de 1917, 8 de março no calendário gregoriano. Naquela ocasião, as mulheres de Petrogrado, convertidas em chefes de família durante a guerra, saíram às ruas, cansadas da escassez e dos preços altos dos alimentos. No dia seguinte, eram mais de 190 mil.
Apesar da violenta repressão policial do período, os soldados não reagiram: ao contrário, eles se uniram às mulheres.
Aquele protesto espontâneo transformou-se no primeiro momento da Revolução de Outubro. A proposta de perpetuar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita em 1921, em homenagem aos acontecimentos de Petrogrado.
Mas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência dos interesses do poder no período, seu conteúdo emancipatório foi se esvaziando. No fim dos anos 1960, a data foi retomada pela segunda onda do movimento feminista, ficando encoberta sua marca comunista original. Em 1975, a ONU oficializou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
Para além da distorção dos fatos históricos, um aspecto diferencia fundamentalmente a participação das mulheres nos dois episódios.
No incêndio da Triangle Shirtwaist, a mulher é vítima da opressão dos patrões e do fogo. Já nos protestos de 1917, ocupa uma posição de protagonismo. Encoberto, o fato deixa de mostrar a participação política das mulheres na construção de uma revolução que tem papel importante para a história mundial.
Adriana Jacob Carneiro, jornalista, é mestranda do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia e pesquisadora em gênero e mídia do grupo Miradas Femininas.
A origem do Dia Internacional da Mulher, data significativa na luta pelos direitos das mulheres, vem sendo distorcida no Brasil e em diversos países. Na cobertura midiática, o dia 8 de março é associado a um incêndio que teria acontecido em 1857 em Nova York e provocado a morte de 129 trabalhadoras têxteis. Elas teriam sido queimadas como punição por um protesto por melhores condições de trabalho.
É importante destacar que houve, de fato, um incêndio, só que em 25 de março de 1911 e de forma diferente da narrada pela imprensa.
As chamas começaram quando um trabalhador acendeu um cigarro perto de um monte de tecidos e alastraram-se rapidamente. As portas das escadas de incêndio estavam trancadas por fora, para evitar que os funcionários saíssem mais cedo. O saldo foi de 146 vítimas fatais, 13 homens e 123 mulheres.
No edifício, funciona hoje a Faculdade de Química da Universidade de Nova York. O incêndio na Triangle Shirtwaist Company foi importante para a melhoria das condições de segurança de trabalhadores como um todo, e não apenas das mulheres, já que também havia homens entre as vítimas.
Um ano antes, em 1910, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, a alemã Clara Zetkin propôs que fosse designado um dia para a luta dos direitos das mulheres, sobretudo o direito ao voto.
Ou seja, o Dia Internacional da Mulher já existia antes do incêndio, mas era celebrado em datas variadas a cada ano.
Para compreender a escolha do 8 de março, remontamos ao dia 23 de fevereiro de 1917, 8 de março no calendário gregoriano. Naquela ocasião, as mulheres de Petrogrado, convertidas em chefes de família durante a guerra, saíram às ruas, cansadas da escassez e dos preços altos dos alimentos. No dia seguinte, eram mais de 190 mil.
Apesar da violenta repressão policial do período, os soldados não reagiram: ao contrário, eles se uniram às mulheres.
Aquele protesto espontâneo transformou-se no primeiro momento da Revolução de Outubro. A proposta de perpetuar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita em 1921, em homenagem aos acontecimentos de Petrogrado.
Mas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência dos interesses do poder no período, seu conteúdo emancipatório foi se esvaziando. No fim dos anos 1960, a data foi retomada pela segunda onda do movimento feminista, ficando encoberta sua marca comunista original. Em 1975, a ONU oficializou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
Para além da distorção dos fatos históricos, um aspecto diferencia fundamentalmente a participação das mulheres nos dois episódios.
No incêndio da Triangle Shirtwaist, a mulher é vítima da opressão dos patrões e do fogo. Já nos protestos de 1917, ocupa uma posição de protagonismo. Encoberto, o fato deixa de mostrar a participação política das mulheres na construção de uma revolução que tem papel importante para a história mundial.
Adriana Jacob Carneiro, jornalista, é mestranda do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia e pesquisadora em gênero e mídia do grupo Miradas Femininas.
Autor: Adriana Jacob Carneiro na Folha de S. Paulo
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