sábado, 2 de abril de 2011

De olhos bem vermelhos

Por:Guilherme Genestreti -Folha de S. Paulo,02 de abril de 2011 -Caderno Saúde

A epidemia de conjuntivite começou no litoral, subiu a serra e se espalhou
pelo interior do Estado de São Paulo. 

Na cidade de São Paulo foram notificados 119 mil casos entre 1º de fevereiro
e 25 de março, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde.
O principal vetor é o vírus Coxsackie A 24, mais resistente ao sistema de
defesa do corpo e muito contagioso. 

O contato com alguém infectado ou objeto contaminado pode fazer aparecer, em
poucos dias, vermelhidão, coceiras e irritação nos olhos.
"Eu atendia de dez a 20 pacientes por mês. Agora, chegam até 40 por dia",
diz Arnaldo Gesuele, do hospital Beneficência Portuguesa. 

Segundo esse oftalmologista, a concentração de pessoas no Carnaval ajudou a
espalhar a doença pelo Estado. 

"Não existe um antivírus. Tratamos os sintomas e controlamos as condições de
a doença se desenvolver", diz. 

Em nota, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) recomenda
que a pessoa com conjuntivite lave os olhos com água mineral ou filtrada e
evite compartilhar objetos como toalhas, colírios e maquiagem.
A entidade desaconselha compressas de água boricada ou soro fisiológico.
"Além de não produzirem mais benefícios do que a água fria, podem trazer
efeitos colaterais", alerta Adamo Lui Netto, coordenador de oftalmologia do
órgão.
A água boricada contém ácido bórico, que pode causar alergia nas pálpebras.
O soro tem cloreto de sódio, que pode irritar mais o olho.
O principal é a temperatura da compressa: deve ser a da porta da geladeira.
Colírio lubrificante também ajuda, mas um sem conservantes, para não dar
alergia, diz Daniella Fairbanks, oftalmologista do São Luiz.


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd0204201101.htm

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