sábado, 15 de outubro de 2011

Especialistas defendem a inclusão e a manutenção dos idosos no mercado de trabalho


Seminário realizado na Escola Senai Francisco Matarazzo, em São Paulo, apresentou ações inclusivas e mostrou panorama da terceira idade no Brasil SP 07/10/2011-


Em uma época na qual os idosos pensam cada vez mais em manter as atividades do dia a dia depois da aposentadoria, o Senai-SP realizou, em conjunto com o Senai Departamento Nacional nesta quinta-feira (6), o seminário “O Envelhecimento da Força de Trabalho: O que a Indústria tem a Ver com Isso?”. Especialistas trouxeram à tona discussões sobre os impactos do envelhecimento na população brasileira e o papel da indústria neste contexto.

O economista Eduardo Nunes, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compartilhou com uma plateia de mais de 100 pessoas os temas que delinearam a evolução demográfica do País e a onda de população idosa no Brasil. Ele destacou que pessoas com idade acima de 65 anos representavam 4,8% da população brasileira em 1990; já em 2010 este índice aumentou para 7,4%, ou seja, mais de 14 milhões de idosos no País.

E como lidar com este novo Brasil? Nunes afirmou que são necessárias novas ações e programas voltados à terceira idade e defendeu ainda a criação de programas de inclusão dos idosos. “Não precisamos construir escolas, precisamos construir educadores e oferecer o melhor nível de ensino. Precisamos de um programa de integração e inclusão social, psicológica e econômica dos idosos na sociedade brasileira”, observou.

Eduardo Pereira Nunes afirmou que ainda não corremos o risco de ter um hiato de mão de obra. “O papel social da população idosa é exatamente o de preparar o jovem para o novo mercado de trabalho; já o papel individual é também o fato de que ele não pode sair do mercado de trabalho prematuramente do ponto de vista biológico”.

Entre os índices crescimento da população idosa em todas as faixas etárias, uma curiosidade: no Brasil, 23 mil pessoas possuem mais de 100 anos de idade. E a maior parte se encontra no Estado de Bahia.

Continuidade

Laura Machado, diretora da InterAge Consultoria em Gerontologia Ltda. e consultora do Senai, expôs o percurso que a questão do envelhecimento tem feito no cenário nacional e internacional. Para ela, é urgente a mudança organizacional e o entendimento das indústrias sobre a permanência dos idosos no mercado de trabalho.

A diretora afirmou que 70% dos brasileiros querem se manter ativos após a aposentadoria, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRH/RJ).

“O conceito de aposentadoria já ficou velho. Tínhamos este conceito da imagem de uma cadeira de balanço, dentro de casa, o que hoje não reflete a realidade”, ressaltou.

Mas por que os idosos querem continuar trabalhando? Entre as justificativas, Laura listou a necessidade financeira e do benefício do plano de saúde oferecido pelas empresas, prazer em trabalhar, manutenção da atividade psicológica e mental e a vontade de se manter produtivo.
“Não há barreiras para quem quer continuar ativo. O empresário Roberto Marinho (jornalista fundador da Rede Globo de Televisão, falecido em 2003) começou seu empreendimento aos 60 anos de idade, quatro décadas atrás”, disparou.

Laura discorreu sobre o Senai para a Maturidade, que tem como objetivo inserir na educação profissional o trabalhador em processo de envelhecimento e dar subsídios aos interlocutores para a sustentação do projeto.

Além disso, o programa visa conscientizar sobre a importância da manutenção da empregabilidade mediante o desenvolvimento de programas de qualificação.

Livro

Ao final do evento, foi lançado o livro do Programa Senai de Ações Inclusivas: Projeto Senai para a Maturidade, intitulado “O Envelhecimento Populacional Brasileiro e o seu Impacto no Mercado de Trabalho: Desafios e Oportunidades".
Por Edgar Marcel

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