quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Sabiá Laranjeira



Poema enviado pelo poeta e leitor, Sr. João Terciano.
Foto da web

Na Praça central de Veleiros
Do galho de uma paineira
Existente naquela praça
Ao lado da cerejeira
Ouvi um cantar tão triste
Pareceu-me amargurado
O pobre sabiá laranjeira.

Parei e fiquei escutando
Aquela triste melodia
Comecei a me perguntar
Qual a dor que ele sentia
Pareceu-me cheio de mágoas
Talvez por causa do amor
Ou fruto de cruel tirania.

Após trinta minutos de espera
Cheguei a triste conclusão
Sua bela e leal companheira
Estava presa em um alçapão
Nas grades do pomposo jardim
Do sujeito tão desalmado
Proprietário daquela mansão.

Precisando tomar uma atitude
E vendo a noite se aproximar
Descobri o telefone da casa
Usei o orelhão para ligar
Ao notar que não havia ninguém
Abri a tampa do alçapão
E deixei a sabiazinha escapar.

Depois da grande façanha
E temendo ser visto por alguém
Virei à esquina em disparada
Mas feliz como um homem de bem
Ainda houve tempo para eu ouvir
O canto alegre do sabiá laranjeira
E eu? Ah! Perna pra quem tem.

João Terciano
Jotatê
Setembro 2.011

Nenhum comentário:

Postar um comentário